Viajar ECO

Viajei recentemente para Cuba. Fui a Edimburgo passar um fim-de-semana. Visitei um casal amigo no Luxemburgo. Fiz todas estas viagens de avião.
Foram experiências incríveis que ficarão para sempre guardadas na minha memória. Mas a verdade é que, quando estás verdadeiramente comprometida(o) em diminuir a tua pegada ecológica, viajar provoca automaticamente mixed feelings. De um lado está a vontade de viajar pelo Mundo, do outro estão gigantes propulsores alimentados a combústivel fóssil, para não falar da quantidade de plástico descartável consumido a bordo.

Any options?

Percebi que, para tentar contornar estas questões, tinha, primeiro que tudo, de responder à questão: consigo chegar ao destino usando outro meio de transporte, no tempo que tenho disponível? Por exemplo, eu conseguiria chegar a Edimburgo usando 6 comboios, 1 metro e 1 autocarro. No entanto a ida custaria 1 dia e 4 horas e um fim-de-semana não seria suficiente para ir, voltar, e vaguear pela RoyalMile. Nem vou falar em alternativas ao voo quando falamos de Cuba. A verdade é que, na maior parte das vezes, viajar de avião é mesmo a única forma de tornar a viagem possível.

É possível diminuir o impacto?

Ok! Se quero ver mais do nosso Mundo, alargar horizontes, ganhar novas perspectivas e conhecer novas culturas, tenho de fazer as pazes com os aviões. Mas como consigo diminuir o impacto ambiental destas viagens?

Descobri, recentemente, que podemos compensar as emissões de carbono de um voo financiando campanhas de reflorestação ou investindo em fontes de energia renovável. Basicamente é calculado o valor de dióxido de carbono emitido por passageiro em cada voo, bem como o custo correspondente à compensação dessa emissão. Estes cálculos são feitos através de uma metodologia desenvolvida pela Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO), e utilizam parâmetros como o percurso, a distância percorrida, a classe de reserva e as emissões médias de CO2 das aeronaves que operam na mesma rota. Os projectos apoiados variam consoante a companhia aérea e são, regra geral, certificados pelas Nações Unidas.

Numa viagem, ida e volta, de Lisboa à cidade do Luxemburgo, por exemplo, são sugeridos 1,16 euros por passageiro para compensar 0,332toneladas de CO2.

Outra decisão importante passa por privilegiar a classe económica na reserva. Segundo um estudo do Banco Mundial , viajar em executiva aumenta em três vezes a pegada de carbono singular.

Cabin waste

A quantidade de plástico de utilização única a bordo é chocante (fiquem alerta na vossa próxima viagem!). Tudo vem dentro de uma embalagem de plástico. “Chá? Café? Laranjada?” – são oferecidos não menos de 5 copos por passageiro a bordo, num voo de longo curso. Existem almofadas, cobertores e até vendas para os olhos dentro de sacos de plástico! Na minha cabeça, uma voz grita: “Para quê tanto plástico?”, “Para onde vai tanto plástico?”, “Reciclam pelo menos?”.

Podemos optar por companhias comprometidas com a a redução de plástico a bordo, como por exemplo a portuguesa HiFly, ou então resta-nos recusar o plástico de bordo, levando as nossas próprias refeições, talheres e copo reutilizáveis. Na viagem de regresso a Lisboa, trouxe de Cuba a minha própria refeição reutilizando um frasco de vidro e correu tudo bem!!

Pensar duas vezes

Claro que os aviões não são os únicos a poluir a atmosfera. Viajar, seja de avião, comboio, carro ou mota emite carbono. Mas quanto mais conscientes das nossas opões estamos, melhores escolhas fazemos! Boas viagens!!! 🌿

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