Veggie

Confesso: eu nunca gostei muito de carne. Sempre preferi as frutas e os legumes. No entanto, sempre comi carne pois fizeram-me acreditar que era a melhor forma de obter a porção indicada de proteína através da alimentação. Fui criada a porco, frango e galinha do campo. Quando tive idade para fazer as minhas escolhas, optei pelas carnes brancas pois tinha realmente dificuldade em digerir as carnes mais intensas da vaca, do borrego ou do coelho, e a verdade é que nunca gostei do sabor delas! Em casa, cozinhava carne para família e acabava por partilhar a refeição. Quando se começou a falar mais sobre vegetarianismo, li imenso sobre alimentação, procurei formas de compensar a ausência da carne e acabei por me deparar com o assustador impacto da agro-pecuária no nosso planeta. A partir daí, não como carne e sou muito feliz com essa decisão!

Mas como já vos disse, não sou fundamentalista e não tento converter ninguém a deixar de comer carne. Cada um é legítimo dono das suas escolhas. No entanto, acredito que todos, sem excepção, devem ter acesso a informação sobre o tema. Os animais não são a única fonte de proteína e existem muitas alternativas vegetais tão ou mais ricas.

Como Deepack Chopra e Kimberly Snyder explicam no seu livro “Beleza Natural”, as proteínas são feitas de aminoácidos e estes estão presentes em TODOS os alimentos naturais. Logo, ao combinar diferentes grupos de aminoácidos, uma dieta vegetariana ou vegana, é capaz de fornecer ao corpo humano as proteínas necessárias. O nosso corpo gera energia através dos hidratos de carbono, portanto precisamos de muito menos proteínas do que as pessoas pensam quando comem hambúrgueres ou bifes.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, um adulto deve consumir, por dia, 0,83 gramas de proteínas por cada kg corporal. Em exemplo, eu e os meus 57 quilos precisamos de 47g de proteína diárias. Uma chávena de lentilhas cozidas tem cerca de 18g de proteína, uma chávena de espinafres cozidos cerca de 5g e aqui fica uma lista das maiores fontes de proteína vegetal:

  • Spirulina (perfeita para colocar nos batidos);
  • Sementes de chia, girassol e outras;
  • Amêndoas e outros frutos secos;
  • Lentilhas e feijões;
  • Quinoa;
  • Tempeh;
  • Cogumelos, couves-de-bruxelas e outros legumes integrais;
  • Pós de proteína vegetal (normalmente uso pó de proteína vegetal obtida através de ervilha e arroz biológicos mas existem várias outras opções no mercado);

Outro grande mito em relação à alimentação vegetariana está relaccionado com o sabor das refeições. Em geral, todos acham que as refeições vegetarianas são desinteressantes, pouco variáveis e que “sabem todas ao mesmo”. Não podiam estar mais enganados. Existe uma diversidade gigante de frutas e legumes que, combinados com diferentes tipos de cereais integrais, criam um leque gigante e colorido de refeições. As refeições mais deliciosas que comi na minha vida foram vegetarianas! E as sobremesas vegan? São incríveis!!

Quando quero variar das refeições confeccionadas em casa, escolho um restaurante vegetariano. Segundo um artigo do Público, o número de restaurantes vegetarianos em Lisboa aumentou mais de seis vezes nos últimos dez anos, existindo, actualmente, cerca de 170 espaços diferentes na capital!

As crianças

Perguntam-me sempre se as miúdas também são vegetarianas. Como referi, estas mudanças são muito pessoais e, até as minhas filhas terem maturidade para fazer as suas próprias escolhas, vou continuar a seguir as indicações da OMS para a alimentação infantil. Comem carne na escola e quando jantamos fora. O prato principal é sempre acompanhado por legumes frescos e precedido de sopa. 🌿

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