As alterações climáticas e o caso Moçambique

Moçambique foi considerado o país com menor impacto ambiental no Mundo. De acordo com este ranking, 99,87% da energia consumida em Moçambique é “verde” e as emissões de dióxido de carbono rondam as 0,1 toneladas por pessoa, com uma reposição de 0,07 árvores abatidas (dados de 2017). Hoje, o país amigo do ambiente está destruído pelo impacto climático que os “países desenvolvidos” têm no Mundo. E se qualquer catástrofe ambiental é injusta, esta talvez seja a mais injusta de todas.

As alterações climáticas

Sempre existiram mudanças climáticas ao longo dos milhares de anos que o planeta Terra tem. No entanto, estas variações têm sofrido uma forte aceleração no último século e a acção humana é apontada como a principal causa – o uso/queima de combustíveis fósseis como o carbono, o petróleo e o gás, com fins de produção energética, aumenta as emissões de dióxido de carbono para a atmosfera e o efeito estufa no planeta. A energia do efeito de estufa é recebida e acumulada pelos oceanos e depois liberta sob a forma de vapor de água para a atmosfera, alimentando tempestades cada vez mais intensas, com precipitação extrema e ventos fortes. Como consequência, vemos aumentar o número e a intensidade de furacões e ciclones tropicais, como o Idaí, e a tendência pode aumentar nos próximos anos.

Reduzir

Para alterar este cenário, é imprescindível reduzir as emissões deste tipo de gases. Como? Eliminando, progressivamente, o uso massivo dos combustíveis fósseis, substituindo-os pelas energias renováveis, fomentando a poupança de energia e eficiência energética.

O que podemos, eu e tu, fazer?

  • Reduzir o consumo de electricidade em casa;
  • Desligar as luzes quando não são necessárias e aproveitar ao máximo a luz natural;
  • Diminuir a quantidade de electrodomésticos na cozinha, executando tarefas como espremer laranjas manualmente;
  • Substituir electrodomésticos indispensáveis velhos por novos de maior eficiência;
  • Não deixar os aparelhos eletrónicos em modo de repouso (stand-by);
  • Menos aquecedores, mais botijas de água quente!
  • Reduzir a utilização do microondas para descongelar alimentos, tirando a comida do congelador atempadamente;
  • Lavar a roupa a 40º, em vez de 60º (só esta alteração permite poupar 55% de energia);
  • Sempre que possível, seca a roupa ao sol e ao vento;
  • Se possível, instalar painel solar em casa;
  • Diminuir o uso do carro e andar mais e pé, de bicicleta ou transportes públicos;
  • Viajar Eco – escrevi um artigo sobre este tema aqui;

Adrien Barbier / AFP / Getty Images

O ciclone Idaí causou mais de mil mortes e deixou milhões a lutar pela sobrevivência. Casas, escolas e estradas foram destruídas, famílias inteiras ficaram isoladas e sem tecto, à mercê da fome e da malária. Foi considerado “o pior ciclone tropical da última década”.

Ao mantermos uma atitude inerte e apática perante esta questão, corremos o risco de sermos cada vez mais expostos a eventos climáticos como este. Todos juntos, indivíduos e governos temos de assumir responsabilidades e começar a reverter este cenário AGORA! 🌿

Foto do artigo: Reuters